Uma semana de greve em força <br>para defender direitos na Petrogal

RE­SISTIR A greve de 10 a 18 de De­zembro mostra que os tra­ba­lha­dores da Pe­trogal (Grupo Galp Energia) não ab­dicam das con­quistas e não aban­donam esta luta pro­lon­gada por me­lhores con­di­ções e «res­peito».

O Go­verno do PS, tal como o do PSD, fica com a ad­mi­nis­tração

Com uma faixa re­cla­mando pre­ci­sa­mente «res­peito», ma­ni­fes­taram-se na se­gunda-feira de manhã, na re­fi­naria do Porto, em Leça da Pal­meira (Ma­to­si­nhos), os ele­mentos do pi­quete de greve e al­guns ou­tros tra­ba­lha­dores e di­ri­gentes sin­di­cais.

Na mu­dança do pri­meiro para o se­gundo turno, es­teve na re­fi­naria o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN. Ar­ménio Carlos, di­ri­gindo-se ao pi­quete na «por­taria in­dus­trial», sa­li­entou a per­sis­tência e a cri­a­ti­vi­dade de­mons­trada pelos tra­ba­lha­dores nesta luta, ven­cendo os vá­rios obs­tá­culos le­van­tados pela ad­mi­nis­tração da Pe­trogal mas também pelos go­vernos, o an­te­rior como o ac­tual, que re­petem des­pa­chos de «ser­viços mí­nimos» que atentam contra o di­reito à greve.

Ali também es­ti­veram, em so­li­da­ri­e­dade, Diana Fer­reira e Jorge Ma­chado, de­pu­tados do PCP eleitos no dis­trito do Porto.

«Esta é uma grande greve, com uma adesão média de 80 por cento», disse-nos na terça-feira à noite um di­ri­gente sin­dical e tra­ba­lhador na re­fi­naria do Porto. José Santos re­alçou que aqui estão a fazer greve tra­ba­lha­dores que não ade­riram a lutas an­te­ri­ores, como su­cedeu na área da se­gu­rança. Desde o início da greve, às 22 horas de do­mingo, dia 10, «não há abas­te­ci­mento de carros-cis­terna, nem um» e «também não des­car­regou ne­nhum pe­tro­leiro». A pa­ra­li­sação ter­mina às 6 horas de se­gunda-feira, dia 18.

Na re­fi­naria de Sines, «está tudo pa­ra­li­sado, não tem ha­vido tra­ba­lhos de ma­nu­tenção, há um navio ao largo, que não pôde des­car­regar», re­latou-nos também an­te­ontem à noite Hélder Guer­reiro. «Nas pri­meiras 24 horas de greve, a mo­vi­men­tação de pro­dutos es­teve en­cer­rada 16 horas» e nesse pe­ríodo «não houve na­vios, nem pi­pe­line, nem ca­miões-tanque», disse o di­ri­gente sin­dical e tra­ba­lhador na­quela uni­dade in­dus­trial.

Des­tacou o facto de, du­rante um ple­nário de tra­ba­lha­dores do con­sórcio li­de­rado pela EFATM e que as­se­gura ta­refas de ma­nu­tenção, na terça-feira de manhã, ter sido apro­vado por una­ni­mi­dade um voto de so­li­da­ri­e­dade para com o pes­soal da Pe­trogal em greve. Em Sines a greve ter­mina às zero horas de se­gunda-feira.

Uma reu­nião tri­par­tida no Mi­nis­tério do Tra­balho, agen­dada para 19 de Junho e então adiada, só há dias foi re­mar­cada para 20 de De­zembro. «Já quando se trata de subs­crever as po­si­ções pa­tro­nais, o mesmo Mi­nis­tério está sempre dis­po­nível, de ca­neta em punho, para as­sinar des­pa­chos anti-greve», co­mentou a Fi­e­qui­metal, num co­mu­ni­cado que an­te­cedeu o início da greve.

 

Res­posta ao ataque

A ofen­siva pa­tronal foi lan­çada há vá­rios anos e teve um marco na de­núncia do Acordo de Em­presa, em 2013.

A greve em curso foi de­ci­dida em ple­ná­rios, há um mês, nas re­fi­na­rias do Porto e de Sines e na sede da em­presa.

Tal como nas greves re­a­li­zadas de 26 a 31 de Julho e de 6 a 10 de Maio (re­fe­rindo apenas as deste ano), os tra­ba­lha­dores e os sin­di­catos da Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN (SITE Norte, SITE Sul e SITE Centro-Sul e Re­giões Au­tó­nomas), que cons­ti­tuem co­missão ne­go­ci­a­dora com o SICOP (sin­di­cato não fi­liado), exigem da ad­mi­nis­tração o fim do ataque à con­tra­tação co­lec­tiva e aos di­reitos so­ciais, in­cluindo os re­gimes de re­formas e de saúde e ou­tros be­ne­fí­cios so­ciais, lem­brando que foram al­can­çados com muita luta, ao longo de muitos anos de tra­balho e de ri­queza pro­du­zida.

Con­testam a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios (e con­cre­ta­mente o «banco» de horas), com que a em­presa pre­tende obter mais tra­balho por menos sa­lário.

Para me­lhor res­ponder ao ob­jec­tivo de me­lhoria dos sa­lá­rios e da dis­tri­buição da ri­queza pro­du­zida pelos tra­ba­lha­dores, a pro­posta rei­vin­di­ca­tiva foi agora re­for­mu­lada.

 



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